A Arte das Conservas em Lata de Portugal

A prática de conservar alimentos não é recente, preservar ingredientes por meio da desidratação, fermentação ou salga são métodos milenares. Em Portugal, o bacalhau é um dos exemplos mais famosos de alimentos preservados, porém os enlatados portugueses, não ficam atrás e possuem um importante papel na história e cultura do país.

Descubra:

Uma Breve História das Conservas em Latas

Tudo começou quando, em 1810, o francês Nicolas Appert, publicou seu método de conservação utilizando potes herméticos de vidro no livro “A Arte de Conservar Todas as Substâncias Animais e Vegetais”. Logo na sequência, o inglês Joseph-Pierre Colin adaptou a técnica e introduziu no mercado as sardinhas enlatadas. Dando o pontapé inicial para a produção em larga escala de alimentos enlatados, com a sua fábrica de conservas em Nantes, na França.


As Conservas em Portugal

Em 1853, foi criada a primeira fábrica de conservação de peixes em Portugal. Anos depois, impulsionado pelas duas grandes guerras, Portugal expandiu consideravelmente a sua produção, abastecendo os países da Europa e seus soldados com um alimento fácil de transportar, nutritivo e de longa validade.

O início do século XIX trouxe nova tecnologia, incluindo as primeiras máquinas de selagem de latas que racionalizaram os negócios e permitiram a abertura de mais fábricas, produzindo tanto para o mercado local como internacional.

Portugal tinha 152 fábricas de conservas em 1983, produzindo mais de 34.000 toneladas de conservas de peixe por ano e era um dos maiores exportadores de conservas de peixe. No entanto, o negócio das conservas sofreu uma grave quebra no final dos anos 80 e início dos anos 90, com numerosas fábricas e fabricantes a fecharem as suas portas.

A crise económica dos últimos anos atingiu Portugal de uma forma severa, mas houve quem também a tivesse visto como uma oportunidade.

O valor económico e prático das conservas de peixe permitiu que o orçamento as latas de atum ou sardinha fossem uma opção de refeição rápida e fácil, e bastante acessível.

As conservas de peixe tornaram-se outra vez populares em Portugal e são um símbolo emblemático da gastronomia nacional nos últimos anos. Actualmente, surgiu uma série de locais que vendem não só vinho e queijo tradicionais portugueses, mas também peixe enlatado de alta qualidade.


Principais Tipos de Conserva Enlatadas em Portugal

A sardinha enlatada, apesar de ser a mais conhecida e tradicional conserva portuguesa, não é a única. Em Portugal, é possível encontrar o mar em lata, as opções incluem lulas, polvos e ovas dentro de uma infinidade de conservas com diferentes receitas e azeites. As mais comuns:

Sardinhas em Lata

A conserva clássica. Encontrada com diferentes opções de azeite, molho de tomate e outros.

Ovas de Sardinha

O caviar português – são conservadas em azeite e só precisam de torradas com manteiga para ficarem perfeitas;

Polvo

Encontrado puro só com azeite ou já temperado com alho ou molho de tomate.

Atum

Experimente as conservas de barriga de atum, a parte mais carnuda do pescado;

Cavala

Este peixe costuma ser enlatado em filetes, bom para comer com torradas e em saladas;

Lulas

Esta iguaria é praticamente um prato dentro da lata, a lula vem com um molho a base de tomate, cebola, pimento e azeite. Existe também a versão de lulas recheadas.

Bacalhau

Como não poderia faltar em Portugal, também existe o bacalhau em lata. Com muitas variedades de cortes e temperos diferentes – da versão simples só com azeite até misturado com grão-de-bico.

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